“Quando tiver experimentado a sensação de voar, andará na terra, com os olhos voltados para o céu, onde esteve e onde desejará voltar” – Leonardo Da Vinci.
Os voos acontecem sobre o Morro do Voturá, na divisa entre Santos e São Vicente, litoral sul paulista. É também conhecido como Morro da Asa-delta. A estradinha até a rampa onde ocorrem as decolagens é íngreme e estreita, mas dá para ir com carro comum. Eu só não iria de bike ou caminhando. A subida dura cerca de 20 minutos de carro e é bem sinalizada por todo o caminho, desde a avenida da praia. Localizada a 182 metros acima do nível do mar, o visual lá de cima já faz valer a pena o passeio.
Existe a opção de fazer o voo livre com parapente (sem motor) ou voo de asa-delta. Esse último ainda não fiz, mas estou louca para experimentar! O voo livre proporciona sentimentos de liberdade, adrenalina e paz ao mesmo tempo. A prática combina esporte radical com contato direto com a natureza. Você pode voar próximo à área de decolagem, sobre a Mata Atlântica, ou atravessar a orla e sobrevoar o mar de São Vicente até Santos. O pagamento, tanto da taxa para a decolagem quanto do serviço da escola, deve ser feito antes e em espécie. Depois, você assina um formulário de responsabilidade e já pode voar!
Parapente com a Escola Horizonte Voo Livre
A Escola Horizonte Voo Livre, com 35 anos de história, é composta pelo Sr. Carlos e seu filho Karl. De extrema simpatia, ambos têm como marca registrada o sorriso estampado no rosto, faça chuva ou faça sol. São profissionais com vasta experiência que buscam, acima de tudo, além de gerar prazer ao cliente, a segurança! Eles têm a opção de ensinar a voar sozinho, com aulas teóricas e práticas. É a única escola de voo livre da região que oferece cursos, voos duplos e suporte total em inglês. Outro diferencial é o Projeto Horizonte Acessível, que oferece atendimento exclusivo a pessoas com necessidades especiais.
Dentro das condições seguras para a prática do voo livre, os tempos variam entre 4 e 20 minutos. Em dias que a segurança está ameaçada por qualquer variável do clima, a escola não realiza voos, por isso recomendo que liguem antes de descer a serra para confirmar. Recomenda-se ir com sapato fechado, solado antiderrapante e roupas confortáveis que permitam movimentos livres.
Como Foi Minha Experiência
Minha experiência foi magnífica. Desde o agendamento, o atendimento da escola é excepcional, o que faz com que você se sinta mais seguro. Chegando lá, conversamos um pouco e o Karl aguardou para ver se o tempo estava realmente adequado. Foram quase 30 minutos até estar exatamente como eles consideram mais propício e, então, decolamos.
Após pagar a taxa e assinar os papéis, inicia-se a preparação que consiste em prender os acessórios ao corpo, câmeras às mãos, dar uma corridinha e se lançar no ar. Amo adrenalina, então estava bem tranquila até o momento da corridinha. O que dura 3 segundos pareceu eterno, mas depois que me vi pendurada no nada e senti que o Karl se comunicava extremamente bem com o equipamento e o vento, relaxei.
Voamos sobre a Mata Atlântica, bem próximo à pista de decolagem, até que o Karl percebeu que eu estava achando muito tranquilo. De fato, o parapente é bem tranquilo, sem trancos ou emoções muito fortes. A ideia é relaxar e curtir a natureza de outra perspectiva. Mas eu queria mais emoção, então Karl propôs que voássemos até a beira do mar. Claro que aceitei e amei. Quando isso ocorre, o pouso acaba sendo na praia. E foi perfeito, daqueles pousos de bater palmas ao final.
Para voltar ao morro, caso tenha deixado seu carro lá em cima, você pode subir de teleférico ou com uma van. Sugiro que, caso esteja com um acompanhante, ele te busque lá embaixo, pois o retorno pode ser demorado. Recomendo a experiência!